Um índio caiu no portão de casa , andava vacilante com idade avançada , não tropeçou e não estava alcoolizado , foi caindo devagar sem pressa de alcançar o chão.
O portão de casa é cinza , este senhor caiu , talvez Seu Antônio ou mesmo Seu Pedro.
João o socorreu levou-o pra dentro de casa e assim este senhor índio se apresentou sua longa breve história agora é narrada neste informativo: Senhor Antônio , nome por mim criado para este personagem brasileiro. mora em Belém em uma comunidade indígena , sua idade avança os sessenta anos , sem emprego , esposa , residência ou filhos. caiu na calçada de casa pela falta de alimentação , sua cabeça doía e o corpo tremia, seu coração o culpava por ter de aceitar ajuda de quem não conhecia. numa proposta boa recentemente chegou em São Paulo , talvez tenha sido nesta cidade que ele fora assaltado. Hoje Seu Antônio não possui RG , CPF e os demais documentos que o tornam Cidadão Brasileiro.
Seu Antônio falou pouco percebia-se logo de cara o quanto sofria com toda essa situação. a passagem de volta para Belém chega perto dos trezentos reais. depois de muita insistência aceitou um prato de comida, possuía consigo parte do dinheiro da passagem , cento e cinquenta reais que lhe fora doado por uma senhora espírita , para poupar dinheiro nesta manhã e para ser sincero não sei quantas manhãs Seu Antônio não tomara café ou outra refeição.
Veio parar nesta cidade Atibaia com a informação de que aqui conseguiria ajuda em uma Igreja Espírita , mas , hoje é domingo belo dia de sol e céu azul. Em casa realmente não sabíamos o que fazer. AJUDAR alguém traz consigo o senso de responsabilidade sobre a parte ajudada. A dúvida e a confusão aumentaram quando Seu Antônio nos contou um pouco mais sobre a sua estadia na cidade.
Seu Antônio frisou bastante e quero reforçar "Seu único objetivo é voltar para Belém , retornar para Comunidade Indígena onde vive".
Procurou ajuda junto a Prefeitura da Cidade , onde foi informado que a Prefeitura não se encarrega desse tipo de ajuda.
Os Assistentes Sociais já estão cientes sobre o seu caso e outros orgãos Municipais também.
Foi oferecido a Seu Antônio , cama , uma troca de roupas , banho. ele não aceitou sua vergonha era muita seu corpo franzino , seus olhos tristes, com uma relutância incrível levava os alimentos a boca.
Seu Antônio depois da recusa de ajuda pelos orgãos públicos / sociais / estatais passou a procurar ajuda nas Igrejas.
Na paróquia , onde foi procurar ajuda o Padre lhe informou que não poderia ajuda-lo.
Em uma Igreja Evangélica o Pastor não pode lhe ajudar , pois Seu Antônio não compartilhava da mesma fé e vivia com os índios que possuem outra fé.
A Ajuda que conseguiu em dinheiro foi de uma senhora espírita que dera metade do dinheiro da passagem.
Ao terminar de almoçar , Seu Antônio quis ir embora , solicitamos para que ficasse , descansasse recusou todas as ofertas , partiu devagar e muito agradecido insistimos e questionamos para onde o senhor vai?
E ele respondeu que ia procurar ajuda nas Igrejas.
Seu Antônio , neste momento procura uma Igreja , procura Deus , procura o Homem , procura o engenheiro que projetou o Templo , procura Ajuda.
Ainda vivo , com fome , com uma dor humana e desesperança avassaladoras Seu Antônio continua na cidade.
Caso , Seu Antônio caia novamente e dessa vez seja no portão de sua casa. AJUDE-O COM O QUE PUDER E COM AQUILO QUE ELE MAIS NECESSITE.
Todos os dias com a rotina de Cidadão Brasileiro trabalhador egocêntrico , levo uma vida sem me atentar com os Problemas Sociais e foi nesse instante com Seu Antônio caindo na calçada do portão de casa. Que me vi refletido no espelho , precisando de ajuda : sem trabalho , sem família , casa , sem comida , sem amparo , sem RG ou CPF.
No Brasil sem nada disso , Somos Ìndios sem comunidade Indígena.
Somos Òrfãos de Estado e divorciados da Sociedade que é formada por uma Pseudo-Relação de Troca.
Seu Antônio me trouxe uma luz , uma verdade ofuscante e uma dor delirante.
Desconfiei também de Seu Antônio , não fui o primeiro e não serei o último e se ele fosse ...
algum tipo de charlatão ou mesmo ladrão. é uma corrente de pensamento reativista achar um ponto horrendo pecaminoso para deixarmos de sentir amor pelo Homem e condená-lo ao sofrimeto pelos seus atos. roubou , matou é enganador merece sofrer ( foda-se ).
Acredito que ocupei-me durante essa tarde com algumas questões de cunho social, afinal ,literalmente , bateram na minha porta ( já sem forças e cambaleantes )
Não prometo acordar amanhã Revolucionário , Reacionário , Socialista , Missionário.
Este é um informativo
Com a simples intenção de informar que Seu Antônio esta no Brasil.
O Confeiteiro
- Rafael Lizzio.
- ...”Sempre que acordo Com a intenção de não ser O de ontém Mudo E o paradoxo mais bonito È que continuo sendo o mesmo”...
segunda-feira, 23 de julho de 2007
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Sábado
Olhos delatores da alma
Não era nada disso
Era pra ser segredo, guardado
timbrado nas entrelinhas
no peito de menino maduro
Olha , que ainda ta dolorido
mal me curei do último tombo
Olhos arregalados de surpresa
Olhos semi-cerrados de ilusão
Qual olhar que lhe entrego?
Olhe, escute bem
Sou tom do silêncio
Olhos de começo de flerte
Olhar transparente
Olhos em olhares que não se desmentem
Olhos em olhar sou tanta gente
Veja você não é diferente
O que se faz da gente é a gente
Olha que sou o que olho
Olha , não me olha assim
Não tão perto , feche os olhos
De olhos fechados caminhamos juntos
De olhos fechados
Ao redor o corredor o sabor
e o certo são incertos
Olhos sabedores da calma
pisca devagar , pisca lento
Olha pra palma
Repete no refrão
pede carinho , dengo , cuidado
Olho evocado no olhar
Quebra -cabeça
Dou de frente com pupila e a íris
Seu olhar de retorno
íntimo apaixonado
Digo dos meus olhos
Meu olhar
Abstrato
Admito já entregue sensibilizado
Cuidado
Cuido
Quem olha assim termina
apaixonado de mãos dadas num sábado.
Não era nada disso
Era pra ser segredo, guardado
timbrado nas entrelinhas
no peito de menino maduro
Olha , que ainda ta dolorido
mal me curei do último tombo
Olhos arregalados de surpresa
Olhos semi-cerrados de ilusão
Qual olhar que lhe entrego?
Olhe, escute bem
Sou tom do silêncio
Olhos de começo de flerte
Olhar transparente
Olhos em olhares que não se desmentem
Olhos em olhar sou tanta gente
Veja você não é diferente
O que se faz da gente é a gente
Olha que sou o que olho
Olha , não me olha assim
Não tão perto , feche os olhos
De olhos fechados caminhamos juntos
De olhos fechados
Ao redor o corredor o sabor
e o certo são incertos
Olhos sabedores da calma
pisca devagar , pisca lento
Olha pra palma
Repete no refrão
pede carinho , dengo , cuidado
Olho evocado no olhar
Quebra -cabeça
Dou de frente com pupila e a íris
Seu olhar de retorno
íntimo apaixonado
Digo dos meus olhos
Meu olhar
Abstrato
Admito já entregue sensibilizado
Cuidado
Cuido
Quem olha assim termina
apaixonado de mãos dadas num sábado.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Daquele Que Sou
À Angelo Rosario Lizzio
Posso falar de Céu
Olhar com demora e minúcia
Procurar no céu pássaros coloridos
Investigar no céu a imagem de Deus
Vê-se logo que Deus não esta a vista
Agora não sei onde você esta
Tornou-se Anjo?
Ou perdeu -se no caminho de volta para casa?
Para o adeus que não dei
Para o adeus que não se da
E que não se aprende a dar
Guardo no peito as melhores lembranças
Todo homen velho
Também é criança e tem chagas
Medos e inseguranças
Que a vida presenteia em igualdade
Se pintor fosse
Pintaria em tela
Em tinta óleo
A imagem do Herói que és
Se fosse escultor
Ergueria um busto
Destemido e sorridente
A escultura do Herói que és
Quando vislumbro o futuro
Homem grande
Com virtuosidades a sobrar
È para seu orgulho de Pai e sorriso dourado
Meu auto-retrato é inspirado em sua imagem
Sonho com o vôo alto
O descobrimento das nuvens
O desdobramento do céu
Para saber notícias suas
Me criastes
A tua imagem e semelhança
Ensinou-me o que é um amigo
E sei quem sou
Sem olhar no espelho
Há lições complicadas
Os erros são inevitáveis
Até tu errastes
Um dia
Quando puder me orgulhar
Esposa , filhos , família.
Conto a todos com louvor
Que tu me ensinastes a Amar.
Rafael de Almeida Lizzio
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